Friday, 27 February 2009

Interpreting desertification

"The ‘Holistic’ Interpretation: Desertification Embedded in Notions of Human Intervention in Nature
The final interpretation of desertification may be termed a ‘holistic’ interpretation, in which desertification is understood as a wider phenomenon, and where the focus is placed on humans’ negative relationship with nature. This interpretation was only expressed by few of our respondents (about 5%), partly because it diverges most from both the ‘official’ and ‘popular’ interpretations of desertification highlighted above, and because it is, arguably, predicated on well informed and well educated stakeholder backgrounds. Some stakeholders mentioned both excessive urbanization and depopulation of rural areas as major causes for desertification, although this view was largely restricted to the academic sector. Interestingly, however, some of the stakeholders with agricultural backgrounds (e.g. members of farmers’
organizations and extension officials) also occasionally suggested this interpretation.

This wider understanding of the problem considers social issues as well as natural resource management, but is expressed mainly by stakeholders, who, by not being involved at the operative level of land management, can afford this moralizing approach. It is, therefore, an interpretation that is unlikely to influence practice, and is mainly held by actors who, due to their independent position (e.g. academics), lack of involvement with the practice of land management (education) or an already explicit connection to conservation issues (some government officials), can afford to have a wider view of the phenomenon that may even involve criticizing contemporary environmentally destructive processes."

JUNTTI, M. A. W., G.A. (2005) Conceptualizing Desertification in Southern Europe: Stakeholder Interpretations and Multiple Policy Agendas. European Environment, 15, 228-249.

How environmental policies usually work

Ususally it works like this:
1. A problem was created as a by product of some well-intended policies;
2. The problem is recognized and after a very long time some people decide to do somehting about it;
3. A comittee is established to address the problem with specific policy measures;
4. The policies that caused the problem stay in place.

Something peaceful


Thursday, 26 February 2009

Climate change

Global climate change is a real way how we are being made aware of the reality of the Unus mundus.
If we would stop running around like mad, and deaccelerate our lifestyle, climate change would deaccelerate as well.
Why are we running so fast anyways?

Tuesday, 24 February 2009

Why walk around half dead?


Casas de banho e desenvolvimento

Lembro-me ter lido desta associação – casas de banho e desenvolvimento – num livro de Gustavo Esteva. Uma ilustração muito válida em como as nossas ideias sobre desenvolvimento económico e melhoria das condições de vida estão impregnadas pela nossa cultura. Mas queremos levar os “benefícios” do desenvolvimento a todo o mundo, não só aos que partilham os nossos valores e ideais culturais.

Em Portugal a introdução de casas de banho e saneamento público é relativamente recente, do tempo dos nossos pais, pelo que se percebe que o Sr. Adriano ainda prefere sair da casa bem equipada para procucrar uns arbustos. A noção de que casas de banho são um bem essencial e uma necessidade universal ainda não está a 100% enraízada na sociedade (rural) Portuguesa, pelo que o meu exemplo poderá ser menos estranho do que ele pareceria a um público nórdico.

Vejamos o caso segunite. Uma amiga minha foi para uma aldeia na Índia de que soube que houve um projecto financiado por uma dada associação de cooperação e desenvolvimento para a construção de saneamento básico e casas de banho em cada casa. A minha amiga então tomou a liberdade de pedir poder usufruir daquele luxo. “Tens que ir lá fora” foi o que lhe disseram. Então ela insistiu que ela sabia que eles tinham que ter uma casa de banho, porque foi construído naquele projecto e tal... Responderam: “Ah!...A casa-de-banho? Nós usamos para guardar lenha.” Claro, óbvio! Aquele sítio tinha que ter uma utilização melhor, mais útil, do que aquela para que foi pensado! Passeando pela aldeia a minha amiga descobriu que todas aquelas casas-de-banho eram usadas para vários fins, mas o armazenamento de lenha era claramente o uso predominante!

Está claro como água: o que nós julgamos que é uma necessidade básica, um bem essencial, noutras culturas não é considerado como tal. Exactamente como Ted Benton afirma: a pirâmide das necessidades de Maslow cai por terra, porque não considera a relatividade cultural das necessidades humanas! (Nem considera a interligação entre as várias necessidades, mas isso é outro assunto.) O que numa cultura é um bem alimentar básico noutra cultura nem se quer é considerado comestível. Portanto tentar satisfazer as necessidades básicas primeiro, tal como é pensado nas estratégias de desenvolvimento económico, implica impor as ideias ocidentais sobre necessidades básicas nas restantes culturas. O que é uma necessidade básica para nós é o que apoiamos que seja desenvolvido como prioridade nos países do Sul, embora isso possa colidir com necessidades e práticas culturais de lá.

Monday, 23 February 2009

Quem manda na comunidade?

Porque é que eu terei este pé atrás quando ouço propostas de pessoas se juntarem para criar uma comunidade? A solução proposta por tantos ecologistas, que permite entreajuda, desenvolvimento humano, o melhor aproveitamento de recursos locais e poupança de recursos em geral pela partilha de equipamentos, etc... o que me desagrada?

O meu pé está ali atrás porque vi e senti no corpo o que está muitas vezes dito entre as linhas: “Decidimos tudo democraticamente, excepto quem manda”.

É verdade! Tantas comunidades em criação por este país fora, pela Europa fora, com 2 ou 3 membros apenas há anos. Os outros vieram, viram e foram-se embora. É melhor ter um líder dictatorial explícito numa comunidade do que andar a desiludir as pessoas com grandes conversas sobre valores democráticos que se irão por em prática “na minha quinta, terra de todos”...

Claro que é um desafio imenso tornar processos de decisão democráticos uma realidade, numa realidade em que cada um lá no fundo no fundo tem que olhar por sí, em que há medos grandes e justificados pela segurança económica de cada um e em que o respeito pelo outro não é assim tão grande como se desejaria. Pois se não fomos respeitados como miúdos, o que é extremamente frequente, como teriamos incorporado naturalmente o respeito pelo outro?

Para mais temos esse imprint da nossa sociedade de que temos de competir, se não formos melhores que os outros não valemos nada. Temos que nos afirmar e ganhar o nosso direito de existir através da aniquilação do outro. Isso intrinsecamente é incompatível com valores democráticos, em que todos estariam num pé de igualdade. A cadeia alimentar dos cotovelos humanos parece não deixar espaço para respirar a quem for inocente. Temos que nos afirmar, e se for preciso aplicar um pouco de força, para conquistarmos o nosso pequeno-almoço de cada dia. Ao menos é essa a prática predominante. E, vá lá, não nos desiludamos ao pensar que nós somos diferentes, que não fomos nutridos por esse fantasma...

Depois ainda há aquele desconhecimento em relação a nós próprios, pensamos que somos tolerantes, mas quando alguêm põe os pés em cima da mesa temos um ataque cardíaco ou queremos espancá-lo, consoante a nossa natureza... É muito difícil fazer os outros respeitar os nossos limites de uma forma aberta e não defensiva. Limites por vezes irracionais e por vezes desconhecidos por nós próprios.

Portanto: comunidades sim, daqui a 200 anos também vou estar numa.

Friday, 20 February 2009

Information sharing

"The world is a shitty place"
my head supervisor informed me yesterday.

By the way, he makes me think I'm very agressive and blunt. His writing is full of kind flowers and mine is full of "I hate that". Maybe it's for my geographic origins, which are well known for furthering rudeness and unpoliteness. A normal Bavarian, talking something normal, can scare even me to death.

Shame or pride?

Yesterday I had to face again some interviews I designed this time last year. I instantly got a hot, red face. How could I possibly do such a rubbish work??? It is always very uncomfortable to look back at the places where we've once been, thinking everything was fine and doing very horrendous nonsense.

My friends encouraged me. One described the thesis process again: "No one says that, but a thesis is based on reverse engineering. Only once you have your results you decide on the research question. " Another said "Of course, you only put the good things into your thesis and don't even mention what went wrong."

Yes, yes...Maybe I should instead of being ashamed be amazed and proud of the fast learning progress; that something became completely outdated in less than a years time!...But if the learning continues "that fast" I will find all my results to be rubbish at the point when I have to start writing them up!...

P.S. - The best solution: I can use data that was supposed to serve a certain purpose, which it definitely doesn't serve, to validate and show something else instead. Cool.

Wednesday, 18 February 2009

Multi-dementional

I think this is a widespread dilemma, but very notorious in research: everyone wants to be original but no one wants to be the odd out. So there’s a real conflict between how much creativity and originallity one is willing to dare, at the one side, and at the other side, the fear of coming up with something hilariously stupid.

But the unoriginal, undaring can be very stupid indeed. Maybe more stupid than an original nonsense idea. I specialy feel repulsed by those articles that start stating there is a problem, of which no one has ever heard, and then they solve that problem, that no one has ever heard of, with some theoretical argument, which shows that the problem does not really exist...very unoriginal.

Dementia or genius? Time will tell, as Kuhn would suggest.

Thursday, 12 February 2009

Aus der Kinderwüste

"Als das Büblein dem Frosch den Kopf abbiss
war ihm so wohlig zumute.
Denn böses zu tun ist so viel schöner
als das blöde Gute."

Michael Ende

São todos uns visionários

Apetece-me dizer: são todos uns visionários.
Estive a navegar no site da Sociedade Europeia de Sociologia Rural e fiquei admirada com a quantidade de potencialidades a serem investigadas. Parece que o presente já não conta. Já passou à história. É tudo visões futuristas dos territórios rurais, e preocupações que me parecem absurdas, como se sistemas agro-alimentares locais serão justos para com os socialmente excluídos... Uma falta de pragmatismo imensa.
Até me sinto envergonhada de querer falar de uma situação actual, bastante bruta e crua, que parece não ter nada a haver com as discussões teóricas de como o mundo rural é hoje em dia. O que eles chamam de "hoje em dia", de acordo com a minha experiência de campo, é algo que se tornará realidade...talvez de aqui a 50 anos...
Muitos beijinhos ;-)

Segredo publicitário: Naturlã Lda.

Em Mangualde da Serra, no concelho de Seia, existe um casal que produz tecidos em 100% lã de ovelha portuguesa, trabalhando apenas com as cores naturais da lã: branco e castanho e as suas misturas (várias tonalidades de castanho). As cores naturais da lã...branco e castanho.

Usando um tear mecânico produzem tecidos com vários padrões, e também felto (ou burel). Esses tecidos têm que ser lavados e escovados, de maneira a ficarem mais macios, o que é feito numa fábrica da zona. Depois voltam a Mangualde da Serra e são transformados em mantas de pastor, cobertores, capas, cachecóis... e os restos são usados para fazer chinelos.

O casal trabalha por encomenda e confessam não ter um grande stock porque conseguem vender tudo. Mas nesta altura em que tecidos de polyester são a única coisa que se consegue pagar nos estabelecimentos comerciais normais, é uma oportunidade a não perder comprar directamente destes artesãos. Assim ajuda-se à economica local, desde a manutenção das pastagens, pelos pastores, aos padeiros de quem o casal vai comprar o pão... Os preços surpreendem por serem tão acessíveis.

Em Portugal é mesmo assim

Na análise dos meus dados qualitativos vi-me orbigada a criar a categoria “Em Portugal é mesmo assim...”. Não consegui ainda arranjar um nome mais claro para essa categoria. Ainda resisti ao humor negro de lhe chamar “Nós somos uns tristes”...

De quê é que se trata nessa categoria?
Imensas pessoas referiram que em Portugal não se podia estar à espera de mais nada, a mentalidade era assim mesmo, aquilo é um atraso de vida, uma autêntica miséria, e o desenvolvimento ainda não chegou cá. Coisas que até custa ouvir. Claro que há muita mediocridade por aí, mas os outros países não estão nada melhor!!!

Pensam que na Inglaterra toda a gente faz separação do lixo, ninguêm anda a cuspir na rua, ou que o sistema de saúde é muito melhor que o de Portugal? Andam enganados... Talvez se fala aqui de forma mais sofisticada das coisas que há de bom, há sempre uma grande propaganda das coisas boas que foram atingidas, que se calhar (felizmente) não existe tanto em Portugal. Mas é uma propaganda deshonesta, tal como os boletins informativos da UE; sempre só focam nos resultados positivos do governo e das empresas e não nas milhentas coisas que restam por fazer ou que ficaram pior por causa da acção que está a ser louvada.
Why is the world so stuck?
Because people keep pretending.

Monday, 9 February 2009

"Nothing in life is to be feared. It is only to be understood."

Marie Curie