Saudade bendita
Dí-lo a ninguêm, somente aos sábios,
Pois a multidão zomba logo:
Quero louvar o vivente
Que aspira à morte no fogo.
Nas noites de amor, em sua fresucra –
em que geraste, em que foste gerado –
apodera-se de tí um obscuro sentimento,
quando a vela silenciosa alumia.
Já não continuas prendido
nas sombras da escuridão
E arrasta-te uma nova aspiração
De gerar coisas mais altas.
Não te detêm as distâncias,
Vens a voar e a correr,
E, em fim, ávido pela luz,
Borboleta, acabas por morrer.
E enquanto não possuis
Este morrer para vir a ser
Serás apenas um torpe visitante,
Nesta terra escura.
Goethe
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